terça-feira, 22 de novembro de 2011

O que é o Vasco!!!

Galera Vascaína,

Hoje vou fazer uma citação do sentimento vascaíno de 2011.

Não, não é possível. O Vasco é campeão da Copa do Brasil, disputa o Brasileirão na contra-mão do que faz a maioria quando leva a Copa e ainda não está tentando se livrar da Sulamericana.  Pior do que isso? Está a dois pontos do Corinthians na briga pelo título Brasileiro e está nas semi da Sulamericana.
Não satisfeito em buscar, está chegando. E agora tem pela frente a "LA U".
Time titular faltando 2 rodadas no Brasileirão com 2 clássicos por vir? Não é possível…  É um sonho ou algum clube se tocou que ninguém morre jogando duas vezes por semana?

Em 45 minutos contra o Universitário o Vasco conquistou, a torcida, a vaga na sulamericana e qualquer sujeito que estivesse na frente da TV sem ser flamenguista, tricolor ou botafoguense.
Estes, convenhamos, tem anti-corpos suficientes pra não se envolverem.
Era possível.
O Vasco dava outra aula de vontade, ousadia e vergonha na cara.  Quantos ali entregariam no 2×2 só pra não sair da competição perdendo?
Quantos iam querer levar a Sulamericana a sério já tendo a vaga?
Porque só pro Vasco título é título e dane-se a tal da vaga?
Porque o Vasco está sendo tão mais ousado, inteligente e corajoso do que os outros ao disputar tudo que tem pela frente?
E se perder o Brasileiro por causa da Sulamericana e, talvez, ficar sem os dois? Dirão os comentaristas de resultado que não valeu a pena?
Valeu, já valeu.
O ano de 2011, seja com título de Sulamericana ou não, com Brasileirão ou não, já é do Vasco.
Eu pensei que “não era possível” um clube trocar o ódio que o país todo sentia em virtude do seu ex-presidente por simpatia.
Pensei que o Vasco estivesse eternamente rotulado pela lamentável postura do Eurico que fez do clube o mais odiado do país.
Hoje, não.  Com Roberto, com Ricardo, com essa postura e sem pisar em ninguém por estar em cima, o Vasco reverteu também esta imagem.
Sim, o Vasco é o time da virada. O Vasco é o time do amor.
Duvida? Cai dentro do Caldeirão pra ver se não vira sopa…

Parecia fácil, não foi. O Vasco escreveu mais um, e talvez o antepenúltimo, episódio da história a ser contada no Brasileirão 2011.  Mais uma vez conseguiu transformar um jogo comum numa grande partida.  Apertado, precisando vencer, jogava bem, criava com qualidade e não dava chutão. Num golaço, pois assim merecia ser, fez 1×0 e enfim o sofrimento virou euforia.
O tal do trem-bala da Colina, pasmem, está “sem freio”.
Os corintianos concordarão comigo até o dia que isso se tornar um bobo asterisco colocado por rivais. Enquanto não for, dificilmente alguém discordará que o roteiro de campeão está em São Januário e não em outro lugar.
Mais uma partida marcante, com gigantesca participação da torcida, com gol de ídolo e futebol de algo nível apresentado.
Me impressiona exatamente isso.  É um candidato a título de pontos corridos não pragmático.
Um dos poucos, diga-se.
O tipo de campeonato privilegia a regularidade, não o brilhantismo. Logo, não a toa, o pragmático Corinthians atual chega mais forte do que o que brilhava outro dia.
Contra a lógica, aliás, contra quase todas as lógicas, lá está o  Vasco.
Aquele de tabela impossível há 4 jogos, o mesmo que está a dois pontos faltando 2 jogos.
Impossível não é a tabela, mas sim ignorar este Vasco.
Sem medo de errar, o time que mais merece o título brasileiro. Mesmo que outro, também merecedor, o conquiste.
Repito: A história registrará o Vasco 2011. Se o Brasileirão não, azar do Brasileirão.


Você, corintiano, acha seu time o melhor do país no campeonato e ponto final. Você, tricolor, acha que merece a vaga e com alguma sorte até o caneco. Você, rubro-negro, acha que tem o melhor time. E você, vascaíno, acha que é um sonho, mas não é.
Fim de rodada, fim de jogo.  Um amigo me pergunta o que separa Corinthians e Vasco, e eu resolvi pensar.
Dois ponto, é claro. Critérios de desempate e nada mais. Mas, aquela perguntinha de quem odeia as coisas claras e práticas, insiste em meu ouvido: “Qual merece mais?”.
E eu te responderei sem medo que “merecer”, no futebol, não significa nada. Eu canso de ver o campeão não merecer e o derrotado merecer muito. Mas, por respeito e pela facilidade, o dia seguinte é repleto de “mereceu”.
Na real, mereceu. O que não significa que tenha merecido MAIS do que o outro. Mas, de alguma forma, mereceu.
Se der Vasco ou Corinthians, tá em boas mãos. Os dois fizeram bom campeonato, oscilaram, brigaram, perderam, ganharam, mas chegaram.
A diferença entre os dois times é a mesma que separa o Vasco, hoje, do resto.
Enquanto os times lutam por pontos e um título, o Vasco luta por algo maior que isso.  Parece, e eu não sei explicar claramente, que o time do Vasco, a torcida e a história do Ricardo mudaram demais o cenário.
De “candidato” o time foi ganhando corpo, ganhando uma presença impressionante, uma força incomum e um brilhantismo que só ele tem neste Brasileirão.
E não tô falando de toque de letrta. Tô falando de brilho nos olhos, da identificação diferenciada, de uma história incrível e de uma página diferente das outras.
Se qualquer um ganhar, terá uma boa história pra contar. Se o Vasco ganhar, terá “a história” pra contar.
Se o Corinthians for campeão, terá um time campeão. Nenhum ídolo pra representar isso. Se der o Flu, idem.
O Vasco se dá ao luxo de ter um ídolo atual, novo, identificado e decisivo. “O cara”, sabe?  Isso faz diferença numa história.
O torcedor do Vasco olha pro campo e vê seu passado resgatado exatamente por vê-lo em campo. É surreal, mas o último Super-Vasco parece ter voltado para entregar a coroa pro novo.
Felipe e Juninho não representam dois jogadores no elenco. São dois pedaços de história num time que a reescreve.
Todos podem, muitos merecem, mas o único time que brilha os olhos de quem vê em campo é o Vasco.
Porque estou dizendo isso hoje? Porque também acho que é um pouco de “crueldade” dizer isso no dia em que outro for campeão. Então, pra que nenhum campeão brasileiro venha dizer que estou “desmerecendo” o time dele, prefiro dizer agora, sem nada definido.
Eu defendo o mata-mata porque é ele que me dá a parte mais gostosa do futebol, que é o gol no fim, o herói do título, o talismã, o vice heróico, enfim.  Eu gosto da história sendo escrita com riqueza para assim ser contada.
Futebol nada mais é do que história pra contar. Seja amanhã cedo, seja daqui 30 anos.
E a história a ser contada neste Brasileirão é a do Vasco.
Mesmo que, no final, não seja.

Saudações Vascaínas.

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